WILLIAM GREALISH
Vivemos em nosso mundo às vezes, sem nem olhar para os lados, mais coisas incríveis também podem acontecer aqui, nesse mundo estranho. Quando caminhava pelas ruas já muito tarde, não esperava nada, até que o som da sua voz me fez parar no meio da calçada.
Tentei me esconder no início mas depois já fazia questão que me notasse ali, te admirando através da janela, olhos castanhos com um pijama rosa com bolinhas brancas e um sorriso cativante e envergonado.
Você levantou-se e soltou seus cabelos castanhos, foi até a janela e me encarando, por alguns segundos me perguntou:
- Oi o que faz aí?
- Olá! Estava indo para casa, quando lhe ouvir cantando.
- Péssima, não é?
- Na verdade, pensei que fosse alguma música, mas quando vi que se tratava de alguém cantando fiquei até surpreso.
Vozes sussurravam na casa e ela fechou rápido a janela sem mais nenhuma palavra. Peguei o primeiro pedaço de papel que achei em meu bolso, anotei meu nome e telefone e claro um breve pedido de desculpas. Esforcei-me para conseguir passar o bilhete entre a janela.
Três dias depois recebi uma mensagem: "Bom dia Will, me desculpe pela aquela noite, meus pais já haviam pedido para que eu fosse dormir e também estava com vergonha mas, quando quiser, poderíamos sair para conversar. Luíse".
Então respondi primeiramente agradecendo por me contatar e logo em seguida sugeri que nos encontrássemos no próximo sábado a tarde em frente àsua casa. Naquele sábado à noite meu pai havia convidado minha mãe para um jantar, para comemorarem seu vegéssimo aniversário de casamento. Então naquela tarde, sete de julho de dois mil e quartoze eu caminhei até a casa de Luíse.
Ao chegar encontrei seu pai, Sr. Anthony, que me recebeu com certa simpatia. Aos pouco descobri o quanto ele era carinhoso com Luíse. Por falar nela, senti suas mãos em minha cintura e logo virei para encontra-lá.
- Seu pai perguntou: Como se conheceram?
- Bom, encontrei Will na rua um dia, esbarramos e trocamos nossos números.
- Belo nome rapaz. Meu avô também se chamava William. Tem quantos anos?
- Dezenove, respondi um pouco envergonhado.
Ela me chamou para ir ao seu quarto e logo percebi as coisas dela. O armário arrumado e muito organizado. O que me daria vergonha, se ela estivesse no meu quarto, com toda aquela minha bagunça, que deixei naquele lugar. Na parede em cima da cama havia um quadro de flores amarelas e vermelhas. Logo voltei a visão para a janela aonde a conheci, então ela disse:
- Foi ali que encontrei o seu bilhete.
- Onde?
- No chão perto da escrivaninha.
Ficamos envergonhados e sentamos na cama. Ela pegou seu violão e começou a tocar e me olhar por uns quinze minutos.
- Me fale de você Will, o que faz da vida?
- Bom, trabalho num escritório na empresa de meus tios. Mas passo grande parte do dia sem fazer absolutamente nada. Quando estou em casa, procuro ler, também vou ao cinema, lanchonete, passeios diversos. Tudo que vier para alegrar é bem-vindo e você, Luíse?
- Você não me falou sobre você. Mas tudo bem, vamos lá. Tenho quinze anos e estou no segundo ano do ensino médio. Gosto de tocar violão, passear, adoro animais e passar o tempo imaginando as coisas. Queria muito um dia conseguir escrever alguma história.
- Sobre o que escreveria? - perguntei curioso.
- Só o tempo pode dizer mas, e você gosta de escrever?
- Escrevo todos os dias. Tenho um Diário.