Lembranças vagas, d'outros tempos vidos
Como se na memória houvera espaços
Momentos sem um brilho, qual mormaços
Sonhos acalentados e perdidos.
A recolher, da alma, os pedaços
Encontro sofrimentos esquecidos
Pedaços machucados e feridos
Que o próprio tempo fez cicatrizados.
A vida traz aos sonhos esperanças
Parece acolhê-los em seu regaço
Num átimo de paz e alegria.
Finalmente, nos resta a poesia
A descrever serena, traço a traço
Tão só o evocar de tais lembranças.