Dr. Lucas Louis Neville Grauthier
Só quem ama tem disposição de ir além da superfície.
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A TRISTEZA DE NINI

 

O mundo enfeita-se de cores e formas definidas pela natureza.Em regra geral, os seres que nele habitam devem conformar-se com suas condições naturais. Tudo se faz em harmonia, mas alguns deslizes são acontecem e de mutações. 

 

A partir destas afirmações, vamos contar a história de Nini, uma joaninha muito triste, mas que não expunha a ninguém o motivo de sua tristeza.

 

Havia um lindo jardim, tão lindo quanto os pintados nas telas de Monet. Muitas e muitas flores, de variadas cores, centenas de aromas. Era tudo tão colorido que o olfato e a visão mal tinham tempo de associarem-se, para informar ao cérebro tanta beleza.

 

Mas, nem a formosura do local, trazia encantamento para Nini. Passava seus dias sob a folha de Monstera que era sua morada. Chorava tão baixinho, que os demais animais que por ali passavam não percebiam seu pranto. Por que se sentia assim tão tristinha a Nini?

 

Vivia no meio da natureza mais bela, mas não conseguia vê-la, pois estava sempre a chorar. Sua infelicidade era muito grande. Ela mesma era tão bonitinha, redondinha, coloridinha, por que se escondia?

 

Um dia chegou à folha de Monstera um joaninho.Viu-a assim tão meiga, mas abatida, infeliz.

 

Quando Nini o olhou, seu coraçãozinho bateu mais forte. Seu pensamento foi rápido: "E agora o que vou fazer? Por que ele veio logo pra cá?  O que será de mim? E se ele quiser falar comigo, o que vou dizer-lhe? E se ele descobrir o meu segredo?"

 

Será que ele não me achou diferente? Nasci assim, deste jeito... Não sou como as outras joaninhas. Tão lindas com suas asinhas vermelhas, bolinhas pretas...

 

Esse era o segredo de Nini, a sua tristeza devida sua diferença. Ela mesma criara esse preconceito, ela mesma não aceitava sua diferença. Só por causa da ausência das bolinhas pretas enfeitando as asas. O restante era tudo normal, mas por que ela não tinha aquelas bolinhas preta nas asas como as outras? Ela não entendia, achava que era mais parecida com uma Maria pretinha do que com uma joaninha.

 

Quando o joaninho se aproximou dela na folha de Monstera, ela estava aflita. Primeiro pensou que ele viera para zombar de sua aparência. Como faziam as outras joaninhas que moravam por ali. Depois passou por sua cabecinha que ele estaria ali por pura curiosidade. Mas nem ela saberia explicar-lhe a ausência das ditas bolinhas preta. Já havia perguntado à sua mãe, e esta lhe respondera apenas que foi assim que o criador quis. Isso não era resposta! Seus irmãozinhos todos tinham bolinhas.Por que ela não! Por que o criador não fez pelo menos outro irmão. Igual a ela para lhe fazer companhia?

 

Enquanto divagava o joaninho se apresentou...

- Olá, linda joaninha! Como te chamas?

- Nini não pode acreditar, ele achara-a linda...

- Meu nome é Nini!E o teu?

- Sou Sedentino!

- Sedentino?Que nome exótico!

- Eu me chamo assim, porque nasci sem minhas asinhas internas.

Com esta mutação, eu não posso voar...Então fiquei sendo Sedentino... De sedentário...

 

Nini percebeu que o problema daquele joaninho era bem pior que o seu. Afinal, ela nascera sem as bolinhas pretas  características de sua espécie. Que importância vital tinha isto em sua vida?... Bem, mais complicada era a situação de Sedentino... Uma joaninha que não pode voar...

 

Deu seu melhor sorriso a ele e convidou-o a conhecer sua casinha!...

Fim...

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Lucas Louis Neville Grauthier
Enviado por Lucas Louis Neville Grauthier em 17/08/2023
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