OBSERVANDO O COTIDIANO
Era uma manhã clara, com o sol brilhando entre as folhas das árvores, desenhando sombras no chão de areia do parque. Eu estava sentado em um banco, observando o movimento ao redor, como se fosse parte de uma cena cotidiana, mas ao mesmo tempo tão cheia de vida. Há uma tranquilidade em observar, como se o tempo fosse mais suave quando a gente não participa, apenas contempla.
As crianças corriam pelo gramado, os risos ecoando como sinos de alegria pura. Mais à frente, um jovem lia um livro, completamente imerso, alheio ao barulho das risadas e dos cachorros que latiam ao longe. Uma senhora alimentava os pombos, repetindo o gesto com paciência, como quem tem todo o tempo do mundo.
Um casal passeava de mãos dadas, caminhando devagar, como se o parque fosse só deles. A troca de olhares entre eles dizia mais do que qualquer palavra. Era como se cada detalhe do cotidiano, daquelas rotinas simples, contivesse um pedaço de algo maior, algo que só se percebe quando se para para observar. O parque, em sua essência, era um retrato da vida comum, mas não menos extraordinária por isso.
À minha esquerda, um grupo de amigos conversava, rindo alto de alguma piada interna. As gargalhadas traziam uma energia contagiante. À minha direita, um homem, sozinho, parecia perdido em pensamentos enquanto olhava para o lago. A quietude do parque era interrompida apenas pelo vento, que soprava suave, como se quisesse participar daquele cenário.
Ali, sentado, percebi que cada um desses momentos, cada uma dessas pessoas, construía um mosaico de histórias. O cotidiano é uma soma de fragmentos, encontros e despedidas, alegrias e reflexões. E, no fundo, é ao observar esses pequenos detalhes que a gente se lembra de que a vida acontece em meio a tudo isso – nos gestos mais simples, nas horas mais comuns, onde, muitas vezes, se escondem os momentos mais preciosos.